quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O problema da origem do conhecimento


Relativamente ao problema da origem do conhecimento, existem duas concepções diferentes:

Para o racionalismo, corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio que é a operação mental, discursiva e lógica. Este usa uma ou mais proposições para extrair conclusões se uma ou outra doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo.
Segundo Descartes:

"O racionalismo pode consistir em considerar a razão como essência do real, tanto natural quanto histórico. Sustenta a primazia da razão, da capacidade de pensar, de raciocinar, em relação ao sentimento e à vontade, pressupondo uma hierarquia de valores entre as faculdades psíquicas; ou a posição segundo a qual somente a análise lógica ou a razão pode propiciar desta forma o desenvolvimento da análise científica do método matemático que passa a ser considerado como instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de dados empíricos, aplicados às ciências físicas que levaram a uma crescente fé na capacidade do intelecto humano para isolar a essência no real e ao surgimento de uma série de sistemas metafísicos fundados na convicção de que a razão constitui o instrumento fundamental para a compreensão do mundo, cuja ordem interna, aliás, teria um carácter racional."
Conforme descrito acima, da obra de Descartes, o conjunto de aptidões em função das quais os indivíduos aprendem mais rapidamente novas informações e se revelam mais eficientes no manejo e aproveitamento adequado de conhecimentos já armazenados por meio de aprendizagens anteriores e empíricas, estas podem fazer com que através da análise lógica se descubram processos ou sistemas mais rapidamente pelo método lógico e matemático, ao invés do método empírico, pois o empirismo leva em conta a tentativa e erro, enquanto que o método lógico e a análise crítica levam às respostas necessárias minimizando a necessidade do experimentalismo prático. Esta visão chamada de cartesiana alterou e acelerou as descobertas científicas. O racionalismo dominou e domina até os dias de hoje o método científico de análise lógica.



Por seu lado, a doutrina do empirismo foi definida explicitamente pela primeira vez pelo filósofo inglês John Locke.Este filósofo argumentou que a mente seria, originalmente, um "quadro em branco" (tábua rasa), sobre o qual é gravado o conhecimento, cuja base é a sensação. Ou seja, todas as pessoas, ao nascer, o fazem sem saber de absolutamente nada, sem impressão nenhuma, sem conhecimento algum. Todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro.

Historicamente, o empirismo opõe-se à escola conhecida como racionalismo, segundo a qual o homem nasceria com certas ideias inatas, as quais iriam "aflorando" à consciência e constituiriam as verdades acerca do Universo. A partir dessas ideias, o homem poderia entender os fenômenos particulares apresentados pelos sentidos. O conhecimento da verdade, portanto, independeria dos sentidos físicos.

Em seu livro Ensaio Sobre o Entendimento Humano, Locke descreve a mente humana como uma tábua rasa (literalmente, uma "ardósia em branco"), onde, por meio da experiência, vão sendo gravadas as ideias. A partir dessa análise empirista da epistemologia Locke diferencia dois tipos de ideias: as ideias simples, sobre as quais não se poderia estabelecer distinções, como a de amarelo, duro, etc., e as ideias complexas, que seriam associações de ideias simples (por exemplo ouro — que é uma substância dura e de cor amarelada). Com isso, formaría-se um conceito abstracto da substância material.

No século XVIII, Berkeley desenvolve o empirismo de John Locke mas não admite a passagem dos conhecimentos fornecidos pelos dados da experiência para o conceito abstracto de substância material. Por isso, Berkeley afirma que uma substância material não pode ser conhecida em si mesma. O que se conhece, na verdade, resume-se às qualidades reveladas durante o processo perceptivo. Assim, o que existe realmente nada mais é que um feixe de sensações. Daí sua famosa frase: ser é ser percebido.

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