domingo, 1 de fevereiro de 2009

As características da dúvida cartesiana


O conhecimento seguro que Descartes quer adquirir mediante a aplicação das regras do método leva-o à necessidade de, voluntariamente, pôr em causa todas as opiniões que até ai acolhera sem qualquer preocupação metódica. Descartes serve-se metodicamente da tarefa de duvidar de tudo para que que a primeira certeza seja indubitável. É nesta medida que se diz que a dúvida é metódica.
A dúvida é provisória pois a permanência nela só se verifica enquanto não encontra verdades consistentes. A primeira certeza encontrada foi, a da sua existência como substância pensante.
Considera-se, ainda, uma dúvida universal, por não se limitar à suspensão de conhecimentos particulares sobre este ou aquele aspecto do real. Ela ataca os fundamentos ou raízes de todos os conhecimentos quer sejam provenientes dos sentidos, quer da razão.
É absoluta, na medida em que o carácter hiperbólico que lhe é conferido pela hipótese do génio maligno, a torna uma dúvida radical e profunda.

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