terça-feira, 23 de setembro de 2008

Situações-problema

Retirado do site http://olhares.aeiou.pt


Analisa as seguintes situações-problema e tenta encontrar uma solução.


1º SITUAÇÃO-PROBLEMA

“ Seja, por exemplo, o caso seguinte: alguém tem em seu poder um bem alheio que lhe foi confiado em depósito pelo seu dono, que entretanto faleceu sem que os seus herdeiros saibam nem possam vir a saber nunca desse depósito. (…) O possuidor desse depósito, exactamente nessa altura, caiu na ruína total, vendo a sua família, mulher e filhos aflitos e cheios de privações, e sabendo que ao apropriar-se do depósito poderia livrar-se de privações num abrir e fechar de olhos. Além disso, suponhamos que o nosso homem é filantropo e caritativo, enquanto que os herdeiros são ricos e egoístas, e de tal modo gastadores que acrescentar o depósito à sua fortuna seria como atirá-lo directamente ao mar. Se se perguntar agora em que circunstância seria permitido o uso do depósito em benefício próprio, sem dúvida se deveria responder: “Não!” E em vez de evocar todo o tipo de justificações, dir-se-ia tão-somente: “é injusto”, isto é, opõe-se ao dever.”
KANT, Sobre o lugar comum: isso pode ser correcto em teoria, mas nada vale na prática, AK, VIII, 286-287 (adaptado)

O que deveria o homem fazer?


2º SITUAÇÃO-PROBLEMA

“Smith, Robinson e Jones são o fogueiro, o guarda-freio e o maquinista de um comboio, mas não por esta ordem. No comboio viajam também três empresários com o mesmo nome: Mr. Smith, Mr. Robinson e Mr. Jones.

Mr. Robinson vive em Detroit.
O guarda-freio vive exactamente a meio caminho entre Chicago e Detroit.
Mr. Jones ganha exactamente 20 000 dólares por ano.
O vizinho mais próximo do guarda-freio, um dos passageiros (Mr. Smith, Mr. Robinson e Mr. Jones), ganha exactamente três vezes o que ganha o guarda-freio.
Smith bate o fogueiro ao bilhar.
O passageiro com o mesmo nome que o guarda-freio vive em Chicago.

Qual é o maquinista?”


ADAPTADO da obra ABC da Mente Humana, Selecções do Reader’s Digest


3º SITUAÇÃO-PROBLEMA

“Recentemente li uma notícia no jornal sobre um jovem pai que se esqueceu de deixar a sua filha bebé no infantário quando ia para o trabalho. A bebé passou o dia todo trancada no carro num parque de estacionamento sobreaquecido, e quando ao fim do dia o pai passou no infantário para a ir buscar, disseram-lhe: “Hoje não a deixou cá.” Correu de volta para o carro para a encontrar ainda presa na sua cadeirinha na parte de trás, morta. Se o leitor conseguir ponha-se na pele deste homem. (…)
Não sei mais nada sobre este jovem pai. È concebível que seja um ser humano insensível e irresponsável, um vilão que merece o desprezo de todos nós. Mas também é concebível que seja basicamente uma boa pessoa, uma vítima do azar cósmico.” DANIEL DENNETT, A Liberdade Evolui, Temas e Debates, pp. 20-21.

4º SITUAÇÃO-PROBLEMA

“Supõe que estás na fila de uma cantina e que, quando chegas às sobremesas, hesitas entre um pêssego e uma grande fatia de bolo de chocolate com uma cremosa cobertura de natas. O bolo tem bom aspecto, mas sabes que engorda. Ainda assim, tiras o bolo e come-lo com prazer. No dia seguinte vês-te ao espelho ou pesas-te, e pensas:
“Quem me dera não ter comido o bolo de chocolate. Podia ter comido antes o pêssego.” Que quer isto dizer?”
THOMAS NAGEL, Que quer dizer tudo Isto? Gradiva, p. 46.

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