quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Dilemas lógicos




1º O que aconteceu ao cão?

Um jovem em férias telefona para casa e fala com o irmão.
- Como está o gato, Óscar?
- O gato está morto, morreu esta manhã.
- Isso é horrível, sabes como gostava dele. Não podias ter dado a notícia mais suavemente?
-Como?
- Podias ter dito que ele estava no telhado, depois quando eu telefonasse outra vez, dizias que não tinhas conseguido tirá-lo de lá, e assim, gradualmente, davas a notícia.
- Muito bem. Já percebi. Desculpa.
- E como está o cão?
- O cão está no telhado.


2º Valdo perguntou ao médico como havia de melhorar a sua relação com a mulher. O médico aconselhou-o a caminhar 10 km todas as noites, de modo a não ficar tão irritável, e disse que lhe telefonasse passado um mês. Quando Valdo telefonou, no mês seguinte, o médico perguntou-lhe como iam as coisas com a mulher. “Bem, sinto-me muito calmo, mas estou a 300 Km de casa.”

Valdo concluiu bem quando concluiu que o médico o aconselhou a afastar-se da mulher?


3º Temos duas irmãs gémeas. A Ana Vera diz sempre a verdade. Bem a baptizou que lhe acrescentou Vera ao seu primeiro nome. Raramente anda só. Tem quase sempre por perto a mana Berta que nada tem de vera. Não sei qual o seu segundo nome. Apetecia-me dizer que se chama Berta Menta. As duas andam em Matemática na Faculdade de Ciências. O ano passado fizeram exame de Lógica Computacional com excelente nota.
Há já algum tempo anda por perto um colega de Informática, curioso por saber, de entre as duas, quem é quem. As duas são muito bonitas. O problema é que são muito parecidas e andam sempre vestidas da mesma maneira. Ainda não sei como se chama este aprendiz de conquistador. Chamemos-lhe Cândido.
- O que eu digo é verdade. Eu nunca minto. – diz uma das manas.
- O que eu digo não é verdade. Eu minto sempre. – diz a outra.

- Mente sempre? Mas … pelo menos uma vez diz a verdade. Isto não será um paradoxo? – pensa Cândido.



4º Um outro par inseparável lá da cidade universitária é Eulália e Filomena. Ambas falam muito. A diferença é que a primeira faz justiça ao nome. A palavra “Eulália”, em grego, significa aquela que fala bem. Além de falar muito bem, em muito bom senso, fala com oportunidade e é clara na exposição das suas ideias. É amiga da verdade, mas não tem ilusões quanto à questão da verdade em matérias como política, religião, ética, estética ou educação. Quando não tem certezas absolutas, o que é frequentíssimo, já se dá por satisfeita ao ter boas razões para admitir que as suas convicções são verosímeis, prováveis ou plausíveis. Filomena é muito convencida. Acredita no poder indomável da sua palavra. Gaba-se de fazer dos argumentos fracos argumentos fortes. É assíduas nas assembleias gerais, perita nas disputas académicas. Não sabe perder. Ainda não concluiu o seu curso de Comunicação Social e já foi convidada para integrar um grupo jovem de consultadoria em publicidade e marketing. Como céptica que é, não sabe o que seja isso da verdade e continua pouco interessada em procurá-la.

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