e com ele a nossa separação ... que a vida vos traga muitas pétalas de ouro, muitos sorrisos belissímos, muitas amizades douradouros, muitos sonhos cumpridos ...
Até sempre ...
perdidos no pensamento!
Na arte está patente um complexo de símbolos transmissores das vivências do artista, pelo que toda a arte se constitui como linguagem. De facto, a obra de arte é um conjunto mais ou menos ordenado de sinais, emitidos pelo criador e que o espectador tem de interpretar em termos de significado. A sua linguagem é altamente subjectiva, a arte serve-se de sinais específicos para dizer o que as formas de comunicação objectiva não conseguem dizer. A linguagem objectiva presta-se para exprimir realidades exteriores sobre as quais todos podem estar de acordo. Já a arte se presta a traduzir aquilo que em nós existe de mais secreto, subjectivo e de mais difícil comunicação. A obra de arte exige uma leitura especial.
Em face de criações abstractas, o acesso ao conteúdo significativo torna-se mais difícil, então a obra é interpretada mais em função das significações daquele que a contempla do que das intenções do artista que a concebeu. Nestes casos, o espectador torna-se criador, projectando na obra a sua experiência de vida, os seus conflitos, as suas esperanças, os seus anseios, os seus projectos. Por esta razão não há duas leituras iguais da mesma obra de arte.
Sendo a arte uma linguagem, o que é que ela pode dizer?
Pode dizer aquilo que o artista quer transmitir. Ele relata todo um conteúdo significativo referente, por exemplo a um acontecimento, paisagem natural, o artista pode espelhar a sociedade do seu tempo de um modo elogioso ou crítico. Pode expressar convicções religiosas ou políticas. Mas a intenção do artista não é apenas falar do mundo exterior. Ele fala igualmente de si, transmitindo aos outros o seu modo próprio de sentir e de pensar, as suas emoções, os seus estados de alma, o mundo interior. Para além do mundo exterior e interior que o artista quer comunica aos outros há que referir aquilo que o artista diz sem ter consciência.
Pois, a obra de arte fala, a arte é palavra, criação é palavra- isto significa que criar é uma iniciativa individual, como falar. O objecto criado é também uma palavra, uma mensagem.
A arte é uma forma de expressão e como tal objectiva; materializando, eternizando uma experiência, mas é também uma forma de comunicação, pressupõe um destinatário/receptor de uma mensagem, como qualquer outra linguagem. A arte é vista como um texto que implica uma actividade interpretativa do leitor. A linguagem artística é polissémica, o que permite a recriação por parte do espectador.
A natureza enquanto mundo físico, está presente na obra. É nela que o artista se inspira, é dela que retira os elementos ao dispor, é dela que extrai as cores, os sons, as formas, as personagens, os movimentos, os ritmos que combinam para dar corpo à criação.
O artista tem procurado a melhor maneira de se exprimir e de comunicar. Utilizando os mais diversos materiais (tela, palavras, vidro, plástico, etc.) recorrendo às mais variadas atitudes provocatórias, alterando os mais diversos cânones.
A criação artística não resulta exclusivamente da actividade consciente implicada na preparação e execução da obra. Para se ser artista, é necessário algo mais do que adquirir conhecimentos de arte, desenvolver a sensibilidade e dominar técnicas de execução através de esforços voluntários, conscientes e intencionais. Fala-se de talento, de intuição, de imaginação, pretendendo aludir a processos psicológicos não localizáveis no domínio conscientes. A obra é o resultado de um longo esforço, preparatório em que o artista se empenha conscientemente munido de elementos fundamentais.